Construções com história

Segundo o Instituto de Gestão do Património Arquitetónico e Arqueológico, a Pesquisa de Património, a Igreja Paroquial de Soutelinho da Raia e a fonte medieval próxima, pertencentes à Categoria / Tipologia: Arquitetura Religiosa / Igreja são consideradas como Imóvel de Interesse Público (IIP), estatuto que lhe confere Categoria de Proteção, segundo a Portaria n.º 443/2006, DR, II Série, n.º 49, de 9-03-2006.

No sítio da Internet do IGESPAR, nas descrições, pode ler-se Nota Histórico-Artística

“Constituindo um dos seis concelhos da região do 'Alto Tâmega', Chaves testemunha origens muito remotas, conquanto predominem os correspondentes à Idade do Ferro (a exemplo dos povoados fortificados de altura) e do período romano, ao qual remontam diversos tipos construtivos, nomeadamente no que diz respeito ao sistema viário, numa evidência da localização estratégica da região e da própria fertilidade dos solos, riqueza termal e abundância mineral dos subsolos.

Antiga e imponente Aqua Flaviae romana, pontuada de obras arquitetónicas características de uma urbe da sua importância, Chaves acumulou valências ao longo dos tempos, embora a sua imponência declinasse a partir do século III, mormente com as denominadas "invasões bárbaras", que ditaram a destruição quase total da cidade romana, agravada durante a presença moura, com as intermináveis incursões bélicas e a consequente fuga populacional para as montanhas, até que, já no século XI, D. Afonso III (848-912), o 'Magno', de Castela, a reconquistou, ordenando a sua reconstrução e repovoamento. Chaves, porém, integraria 'Portugal' apenas em 1160.

Este quadro de permanente instabilidade era, contudo, compreensível perante a sua condição fronteiriça, que justificou o levantamento, por ordem de D. Dinis (1261-1325), do extenso sistema defensivo ainda hoje parcialmente visível na cidade, fortalecido no reinado de D. Afonso III (1210-1279), com a doação do principal instrumento de autonomia concelhia - ao mesmo tempo que de incentivo ao repovoamento -, ou seja, o foral, confirmado no reinado de D. Afonso IV (1291-1357) e renovado por D. Manuel I (1469-1521), em 1514. Uma pacificação que permitiu conduzir um crescente número de campanhas de obras, do qual resultou a construção de múltiplos edifícios que renovaram a cidade e lhe reconheceram a voltaram a dotar a monumentalidade há muito perdida e/ou esquecida, ainda que as contendas militares acabassem por devastar pontualmente as suas terras até ao século XIX.
De entre as inúmeras freguesias que compõem, na atualidade, o concelho de Chaves, faz parte Soutelinho da Raia, que, como o próprio nome indica, se situa na zona fronteiriça, entre Portugal e Espanha, caracterizando-se pelos bosques densos e cerrados dos seus limites, integrando um dos caminhos portugueses de peregrinação a Santiago de Compostela.

Povoação de típicas e antigas construções graníticas, Soutelinho da Raia dispõe de alguns monumentos interessantes do ponto de vista, quer histórico, quer artístico. Disto é bem um exemplo a igreja paroquial, edifício consagrado a S.ta Bárbara e erguido entre os séculos XVII e XVIII, inscrevendo-se, por conseguinte, na gramática construtiva e decorativa barroca.

O alçado principal é encimado por nicho com imagem granítica e torre sineira de dupla ventana. No interior, deste robusto templo de pequenas dimensões, de nave única, sobressaem os fragmentos dos frescos que cobririam as paredes (a relembrar a primitiva feição renascentista da igreja), assim como a talha policroma dos altares mor e laterais, como policromado é o seu teto de madeira.

Associada à classificação da igreja, encontra-se a fonte medieval de cobertura de duas águas que se ergue nas suas proximidades, similar a outras denominadas "fontes de chafurdo" (ou "de mergulho") existentes nesta região do país.”

 

 

 

 

Aconteceu em Barroso...

O concelho de Montalegre foi o cenário escolhido para a nova publicidade da Optimus. O anúncio, gravado nas aldeias de Tourém, Paredes do Rio, Cela, Sirvozelo, Vilar de Perdizes e Pitões das Júnias, já está a ser transmitido na televisão. A produção foi levada a cabo pelo Ministério dos Filmes, a cargo do conhecido realizador Marco Martins. As filmagens tiveram a duração de três dias, sem esquecer o processo anterior da procura de locais e figurantes. As gentes e locais de Barroso são hoje atores no fantástico mundo da promoção. O spot, com cerca de um minuto, a par do destaque televisivo, é já sucesso nas redes sociais e no YouTube.

O concelho de Montalegre volta a ser notícia. Desta vez, o mote é o novo anúncio da Optimus. A operadora móvel nacional «tinha a intenção de fazer um filme sobre uma zona rural portuguesa» e o concelho barrosão foi o escolhido, partilhou Marco Martins, realizador do spot “Aldeia Global”. No guião estava uma ideia «de conseguir fazer o cruzamento entre as tecnologias mais avançadas e uma população rural, de caraterísticas muito portuguesas», acrescenta. Ao início, «havia duas opções gerais: o Alentejo ou o Norte». A aposta no Norte ganhou força porque, para o realizador, «é uma zona culturalmente mais rica e com locais ainda pouco explorados». Para além disso, «não queria de nenhuma forma fazer um filme que fosse uma caricatura, queria que tivesse um lado muito documental».
 
À DESCOBERTA
 
Após todos os caminhos traçados confluírem para Norte, foi «lançada uma procura de locais», explica Marco Martins. Todavia, as pessoas não foram descuradas, uma vez que ao também cineasta lhe interessam mais «as pessoas do que os locais», por acreditar que «as pessoas é que fazem os locais».
Numa primeira fase, esteve em Montalegre uma parte da equipa e depois «voltei eu com outros elementos», divulga Marco Martins. Dessa “viagem” ficou o «gosto pelos locais e pelas pessoas». Os dias de pesquisa fizeram com que se «sentisse muito bem nesta terra, com gentes de valores muito próprios». Estavam assim reunidas todas as condições para que o filme fosse rodado na capital do Barroso. 
 
«OBJETIVO CONSEGUIDO»
 
Após três dias de filmagens, divididas pelas aldeias de Tourém, Paredes do Rio, Cela, Sirvozelo, Vilar de Perdizes e Pitões das Júnias, toda a equipa partilhou o sentimento de «objetivo conseguido», garantiu Marco Martins. Ato contínuo, reforçou que «quando se começa a fazer um filme o objetivo está sempre a mudar». Ao início «imaginamos um filme, depois deparamo-nos com uma realidade que é diferente do que nós imaginámos e temos que nos adaptar e trabalhar dentro dessa realidade». A situação vivida em Montalegre «acabou por superar aquelas que eram as expectativas iniciais». Houve momentos «em que me senti muito comovido pela forma como as pessoas demonstraram enorme disponibilidade para participar no que lhes pedíamos».
 
«VIREI FILMAR AQUI!»
 
Depois do trabalho feito, Marco Martins comentou que leva de Montalegre «as pessoas». Foi «uma experiência muito rica e interessante». Na mesma linha, destacou «o carinho demonstrado por todos», que se traduziu «num bom ambiente para se trabalhar». Fica a certeza de que «virei, mais vezes, filmar aqui». Recorde-se que o realizador faz parte do Ministério dos Filmes, organismo de relevo nacional.
 
MÚSICA MAESTRO!
 
Figura mediática, o maestro António Victorino d'Almeida destacou-se no meio da ruralidade mantendo com os barrosões uma relação de proximidade que primou pela simplicidade. Uma mais-valia dentro da grandiosidade de um anúncio que promete andar de boca em boca ao longo deste Verão.
 
ALDEIAS "FILMADAS"
 
- Cela
- Paredes do Rio
- Pitões das Júnias
- Sirvozelo
- Tourém
- Vilar de Perdizes