Por falar em agricultura...
Há um som que desapareceu das lides do Verão. Agudo e continuado, era o guincho dos carros de bois com o feno, o gemer das rodas no mecanismo lento das viagens para o palheiro, coro sem palavras das cantadeiras, eixo, pregos, rosetas, estadulhos, tudo junto e o mais que o s bois puxavam com a força que às vezes lhes faltava calando-se a ópera por instantes e voltando logo num começo vagaroso de sirene.
Vieram depois os tractores desafiar os modos e as canseiras dando outro ritmo e rendimento e desta e outras modernidades não se cansam os elogios porque vale a vida ser vivida com conforto que o houve sempre pouco ou nenhum em tempos que a memória viva ainda tem. Foi-se a chiadeira e ficou a melancolia mas não talvez naqueles que a suportaram por inteiro e desmedida nos dias em que a pobreza era mesmo o não ter pão, coisa nenhuma.