Soutelinho da Raia no início do século passado

19-06-2012 19:36

Soutelinho da Raia em 06  julho de 1912: Descrição da aldeia, do vestuário e da forma de pensar do povo

  • “O chefe do Estado-Maior entrou na villa, foi ao posto da Guarda Fiscal” (pág. 180);
  • “… passou ao quartel da guarda fiscal: um primeiro andar duma casa, muito caiada, muito branca, com uma barra azul, e que ficava por cima duma taberna” (pág. 181);
  • “Três badaladas bateram no relógio da Torre, cujo echo foi abafado por um festivo repicar de sinos e um rumor de população satisfeita” (pág. 182);
  • “(...) ali as mulheres lavavam-lhes os pratos, os copos, os lenços, offertando pão, ovos, vinho, dando-lhes água quente com sal para curar os pés pisados dessa marcha, e recusando a paga.” (pág. 184);
  • “Soutelinho é um grupo de casas brancas, com dois largos, um a cada entrada, como pateos hospitaleiros de solar. Esses largos são protegidos d'arvores. Arrimada á linha zig-zagueante da raia, na lei instinctiva de todos os núcleos fronteiriços, a pedir abrigo ao monte, por 'mor do vento, a povoação passa pela capella, com seu adro sombreiro, e para lá é o campo-santo, Ao correr e parallelo ao cemitério ha um terreno lavrado, murado de pedra solta.” (pág. 184);
  • “O povo ali já não usava os lenços encarnados na cabeça, parecia-se mais com o povo que elles conheciam. Era mais português, menos raiano, mais nacional.” (pág. 187)

 

LEITÃO, Joaquim, Em Marcha para a 2ª Incursão. Da Concentração ao erguer do bivaque de Soutelinho da Raia para o ataque a Chaves, Porto, ed. Autor, 1915.