Soutelinho da Raia na história ou perto dela

21-05-2010 02:33

Com a invasão dos árabes, também o islamismo invadiu o espaço ocupado  pelo cristianismo o que determinou uma azeda querela religiosa e provocou a fuga das populações residentes para as montanhas noroestinas com as inevitáveis destruições. As escaramuças entre mouros e cristãos duraram até ao século XI.

A cidade de Chaves começou por ser reconquistada aos mouros no século IX, por D. Afonso, rei de Leão que a reconstruiu parcialmente. Porém, logo depois, no primeiro quartel do século X, voltou a cair no poder dos mouros, até que no século XI, D. Afonso III, rei de Leão,  a resgatou, mandou reconstruir, povoar e cercar de muralhas.

Da presença islâmica remanesce, quase tão-somente na cultura popular, uma grande variedade de lendas interligando castros, tesouros fabulosos e mouras encantadas.

Foi, provavelmente, por volta de 1160 que Chaves foi integrada no país que já era então Portugal, com a relevante intervenção dos lendários Ruy e Garcia Lopes tão intimamente ligados à história desta terra. 

 General Arthur Wellesley

Marechal Jean Soul

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Mais tarde, durante a 2.ª invasão napoleónica a Portugal, a 12 Maio de 1809, tropas Luso-Britânicas sob o comando do General Arthur Wellesley e do comandante-em-chefe o Marechal William Carr Beresford, atravessaram o Rio Douro e venceram a chamada batalha do  Douro, reconquistando a cidade do Porto a 29 de Maio e expulsando o invasor, Marechal Jean-de-Dieu Soult e o exército francês, que se retirou para a Galiza. Perseguido desde o Porto pelos exércitos português e inglês, o exército Napoleónico passou perto de Montalegre (quem sabe se não passou em Soutelinho da Raia) a caminho do Larouco, em 17 de Maio de 1809, onde atravessou a fronteira.

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A cidade de Chaves foi cenário de diversos episódios bélicos no século XIX, nela se tendo celebrado, a 20 de Setembro de 1837, a designada Convenção de Chaves, após o combate de Ruivães, pondo termo à revolta cartista de 1837, conhecida pela revolta dos marechais.

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Mais tarde e tendo como antecedentes a Revolução do Minho ou da Maria da Fonte, No norte de Portugal, o general barão do Casal, comandante da divisão de Trás-os-Montes, fiel à rainha refugia-se, em Chaves, das tropas de Bernardo de Sá Nogueira de Figueiredo, então visconde de Sá da Bandeira. Esta situação inverte-se já que, a 15 de Novembro, o visconde de Sá da Bandeira decide retirar para Valpaços, aparentemente para aí atrair as forças do barão do Casal e dar batalha.

Efectivamente, a 16 de Novembro de 1846, durante a Guerra da Patuleia, aqui se defrontaram as tropas rivais. No recontro, o regimento do visconde de Sá da Bandeira é batido e obrigado, no dia 20 de Novembro, a recolher precipitadamente ao Porto.

Cerca de duas dezenas de mortos marcaram a passagem por Valpaços de uma batalha que depois prosseguiu por terras de Murça…

Diz-se que o Tenente Coronel António Victor Macedo foi assassinado em Soutelinho da Raia a 17 de Novembro de 1846, vítima dos seus adversários políticos no dia seguinte ao combate de Valpaços, travado entre Sá da Bandeira e as tropas da rainha S. Maria II.

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Paiva Couceiro

 Em Chaves travou-se também a 8 de Julho de 1912, o combate entre as forças realistas de Paiva Couceiro e as do governo republicano, chefiadas pelo coronel Ribeiro de Carvalho, de que resultou o fim da 1ª incursão monárquica. Em Soutelinho da Raia passou Paiva Couceiro para a Galiza.